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O Ensino
Por Georges Stobbaerts
Este artigo foi publicado na revista Do número 1
O propósito, que é o fio condutor da nossa reflexão, é antes de tudo um caminho interior. Na prática do Budo, e varias vezes sublinhado que todas as intenções técnicas devem ser profundamente "ressentidas" pelo praticante antes de serem concretizadas num ensinamento.
Mas esta procura, por pessoal que ela seja, não se pode fazer inteiramente só; ela requer (exige) a troca. Solicita, obrigatoriamente, uma pedagogia que lhe seja adaptada, um ensinamento no qual a relação de autoridade seja substituída por um espirito de procura e de colaboração entre o professor e o aluno.
Todo professor consciente do seu papel dever ter sempre presente no seu espírito, a preponderância do aluno, na relação pedagógica. O eixo da relação de um professor com o seu aluno, deve basear-se, mais no desenvolvimento deste do que a satisfação do outro.
É permanecendo ele próprio, e não apagando as suas reacções espontâneas, que o professor pode ser benéfico para o aluno: só uma personalidade aberta e susceptível de estabelecer um clima propicio onde o enriquecimento será reciproco.
Mas é claro que o professor existe para e pelo aluno.
No mundo do budo é muito rico em exemplos contrários, nos quais o aluno vive para o professor e na sua dependência.
Uma pedagogia centrada no aluno instaura um outro tipo de relação:
- Longe das receitas, de sistemas dogmáticos e estereótipos rebatidos, ela, apela a invenção constantemente renovada, para criar as condições favoráveis ao desenvolvimento do praticante de AiKiDo.
É pela apreensão das características de cada um dos seus alunos, que o professor encontra respostas especificas e adequadas.
Cada praticante manifesta um talento e uma ambição particular.
No entanto, é ao professor que cabe transformar o aluno tal como ele é aí onde ele está.
Um professor que não é feliz no contacto com os seus estudantes, que não tem uma alma de jardineiro dobrado sobre as flores do seu jardim, deveria manter-se afastado do ensino.
Quem quer que assuma responsabilidades pedagógicas deverá levar em conta o quanto o ensinamento é uma fé no homem, que requer a vontade de se abrir para o próximo trazendo-lhe um interesse real.
Mas o amor do ensinamento e a consciência do seu valor não chegam, se só ficar por uma simples boa vontade - Um bom praticante não e o suficiente para fazer um bom pedagogo.
Que um praticante talentoso tenha aplicado a si mesmo um conjunto de receitas combinadas com destreza, testemunha um espírito de iniciativa e de adaptação que o honra.
Mas se ele se improvisa pedagogo, querendo experimentar nos alunos os seus próprios achados, ou obriga-los fazer "como ele", penetra então na caverna de aprendiz de feiticeiro... bastantes praticantes de AiKiDo põem a frente sem razão, a sua própria eficácia como prova de um talento pedagógico: por vezes, a presença do primeiro explica por si a falta do segundo, já que o caracter instintivo do seu propósito tem frequentemente deixado em branco nos praticantes a procura e o caminho pessoal que todo o professor deveria ter feito.
Felizmente, existe o contrario. Há também professores possuidores de uma dedicação e de um sentido das suas responsabilidades notáveis, tentando exercer o seu trabalho o melhor possível, em condições materiais por vezes difíceis: experiência, competência e boa vontade parecem irrisórias nas duas ou três horas de aulas semanais...
Contudo, a quantidade de energia gasta no ensino num "Dojo", como soma de esforços e esperanças perdidas para nada, poderia ser poupada se o conhecimento claro da lógica do corpo se revestisse de uma real "tomada de consciência" pedagógica.
A compreensão dos seus alunos deve ser o primeiro desejo de um professor: e por em pratica a vontade de se adaptar ao aluno, e de descentrar a sua relação sobre este.
"Compreender", não é, pois, aqui tomado numa aceitação sentimental. Trata-se, primeiramente, de descobrir quem é o aluno, quais são os seus gostos e as suas vias de aproximação privilegiadas, o que é bom para ele e o que não é. É compreendendo a realidade do seu aluno que o professor poderá fornecer-lhe os meios adaptados à sua procura. Bem entendido, este desejo de compreender o seu aluno, só tem sentido se este ultimo lhe da a sua confiança e não levanta obstáculos.
Alem disso, é preciso que ele possua em comum com o seu professor um amor da verdade que, sem o qual é impossível destruir as barreiras que os separam, e sobretudo que ele esteja animado, como ele, de uma paixão autêntica. Pode-se esperar muito de um professor, mas não que ele crie "ex nibilo" desejo da motivação.
Toda a procura deve nascer de um desejo exprimido (expresso), e o desejo extingue-se se se come sem fome.
O papel do professor não é somente o de fornecer os meios para adquirir uma técnica por mais complexa que ela seja, mas de encontrar as vias que permitem ao aluno revelar-se a si próprio (o que não se faz sem dor!)
"EDUCARE", não o esqueçamos, significa conduzir de dentro para fora. É por vezes ato grande que, tal, consiste em desvendar ao aluno a realidade escondida que ele trazia, faze-lo tomar consciência (se ele tiver ouvidos) da sua verdadeira personalidade, da qual ele próprio, muitas vezes, não suspeitava a riqueza.
A verdade esta em nós, e a pedagogia não e a instrução exterior, o arranjar de um corredor pelo qual a luz poderá entrar; ela e a maiêutica que conduz a um nascimento novo, deixando, por fim, aparecer o explendor longo tempo aprisionado.
Por isso, é útil recordar que é impensável que o professor aliene a sua própria personalidade: colocar o aluno no cento do seu caminho, procurar desenvolver-lhe a sua imagem, não implica cair na neutralidade mais impessoal.
Ao contrario, é necessário para o aluno que o seu professor proceda sem receio, segundo a seu próprio temperamento e permaneça em contacto com os seus sentimentos profundos.
O professor só pode ajudar muito superficialmente o seu aluno, se ele próprio ainda não realizou (alcançou) a sua própria unidade e percorreu primeiro o caminho que ele propõe.
É à luz da sua própria evolução que ele pode exercer a sua capacidade de empatia; pela qual lhe é possível identificar-se passageiramente aos problemas do seu aluno, para lhe fornecer as soluções mais adequadas - é graças a ela que ele pode reconhece-la e situa-lo onde ele está - é pois, essencial para ele não esquecer, voluntariamente ou não, o caminho que não deixou de percorrer antes de possuir o controle da mestria que é sua.
Muitos dos futuros pedagogos tem tendência, logo que os seus próprios problemas estão parcialmente resolvidos, a apagar, voluntariamente ou não, a recordação da sua própria aprendizagem. Este esquecer que elimina todo o reconhecimento para o ensino que lhe permitiu tornar-se - "cinto preto", explica porque, já que eles próprios o alcançaram, eles tem na pedagogia um pouco de estima.
Por vezes, eles próprios que deveriam conhecer o valor de uma pedagogia construtiva, que ao tornarem-se professores sem serem pedagogos, arrogam-se com um poder de autoridade ao qual não tem direito, em contradição com o que viveram...
O professor ao conhecer melhor, do que o seu aluno, a topografia do terreno, evitara assim (por isso) os maus desvios?
Este conhecimento não é, em nada, contraditório com a exigência de deixar aos alunos a maior margem de liberdade possível para se determinarem.
É, justamente, porque ele possui uma experiência que pode complicar a fundo os seus alunos, reconduzindo-os constantemente a si mesmo. Leva também o aluno a precisar a sua procura (pesquisa) e encaminha-o a uma conduta pessoal. Assim, tudo conta para criar um clima de confiança e paz nesta procura. Mesmo a voz (que não e o caso em certos Dojos).
O "Terpnos logos" era já recomendado por Platão, curar o corpo pela alma.
Uma voz pode evocar em nós ressonâncias que são quase uma voz interior das indicações com confiança (sem grito), sendo muitas vezes mais fecundo que trabalhar na tensão.
É favorecendo as trocas que o professor poderá trazer o aluno muito introvertido a verbalizar as suas dúvidas, as suas intenções, a confiar com franqueza a experiência que é a sua, já que o conhecimento é necessário ao professor para o ajudar progredir.
O que quer que aconteça o professor deve trazer ao seu aluno a certeza de uma esperança, no momento em que este fraqueja. Na ameaça ha deterioração, e o calor e necessário a evolução do aluno como o é no crescimento de uma planta.
O professor pode verdadeiramente ajudar o seu aluno se ele estiver emocionalmente aberto a ele, e se compreender as suas contradições.
Todo ensino que não se exprime em tal ambiente, toda a relação baseada na cenoura (as graduações) e na vara (pau), segregam expedientes (recursos) e paliativos superficiais que só criam ilusão momentânea, provocando muitas vezes em profundidade problemas futuros.
Não é, pois, suficiente, ao professor, possuir conhecimentos enraizados por uma longa experiência, é preciso também que ele saiba criar um terreno de desenvolvimento propícios.
Também o habito que consiste em emitir juízos de valor e comparar os alunos entre eles, deveria resolutamente ser banido.
Um aluno excepcionalmente dotado pode, ao ser muito bajulado por um professor pelo seu prodígio, ir arruinando a pedagogia deste. Do mesmo modo, é muitas vezes necessário que o professor saiba privar-se do prazer de "mostrar" um "exemplo" com brio, já que a demonstração confina o aluno na ideia que ele se utiliza da sua incapacidade.
Não é suficiente ao professor aceitar e querer por em pratica os seus princípios pedagógicos exigentes. Precisa, também, de os ter sobre um conhecimento claro das leis funcionais que regem a pratica do movimento. Os professores mais dedicados teriam muita ajuda no seu trabalho se o pudessem apoiar sobre definições claras e princípios experimentados (confirmados) em acordo com a lógica do corpo, se dispusessem de uma observação uniforme (ponto de vista geral) da "Arte do Movimento" em situação.
Levados a renunciar a utilização de todos os conselhos parciais, subjectivos e sombrios que embrutecem os alunos, estes compreenderiam então as dificuldades de um, os impossíveis de outros e as crispações de outros..., estão raramente sem ligação (elo) entre eles, e que é conveniente trata-los no .sentido de uma Unidade de funcionamento. Também, cada professor poderia, com liberdade de acção, mais os meios pedagógicos que lhe são próprios, proporcionar aos seus alunos uma competência "artesanal" comum a todos.
Se o professor não estiver liberto da sua subjectividade, hábitos e manias, o seu sistema fecha-se (atenção a torre de marfim) se ele se pusesse em causa e se confrontasse com os outros, o arbitrário e as contradições pedagógicas desapareciam sem duvida nenhuma.
A aptidão pedagógica não pode ter real eficácia, se ela não esta igualmente fundada (fundamentada ) sobre (a) capacidade de observação que deverá estar presente a partida. Os anos de experiência se encarregarão de afinar este dom, comparável ao diagnostico de um medico, e de desenvolver a capacidade de analise, permitindo ver por dentro as causas profundas dissimuladas, aparentemente sem gravidade. A causa de uma dificuldade raramente está onde se manifesta, donde só o diagnóstico coerente torna possível a ordem que libertará o aluno dos seus comportamentos errados.
Quem quer que possua esta segurança de diagnostico, necessária para ser um bom pedagogo, compreendera como é importante a noção de um ritmo de trabalho e de compreensão próprio de cada aluno: este não aprende tudo de uma vez só, e o professor deve precisamente saber qual é o melhor caminho de desenvolvimento possível a partir de uma dada situação.
Uma informação nova só é compreendida se ela incide num circuito quase a entrar em ressonância com ela. Numerosas observações convenceram-me que a percepção, é mais ainda, a aquisição de informações exige, antes de mais, uma disponibilidade e uma energia de acolhimento. O professor que lança uma proposta sem que o aluno esteja para tal preparado, ensina no vazio. Pior, se uma tal informação surge no cérebro do aluno sem este estar a espera (sem ser esperada), arrisca-se não só a ser rejeitada, mas deformada.
Também, para preparar o terreno, e por vezes bom deixar o aluno debater-se com as dificuldades antes de lhe atirar com a bóia de salvação, que o ajudara a sair dela - o professor deve salvaguardar-se bem, ao lançar esta bóia, de privilegiar a solução para que ele próprio teria tendência a adoptar numa situação semelhante. Se ele suporta mergulhar momentaneamente numa tal situação, o aluno compreendera melhor não o talento do professor infalível, mas o valor das soluções propostas.
É muitas vezes difícil para o professor resistir a "dizer muito", consciente da capacidade de recepção presente nos seus alunos. Deve escolher as informações que os possam ajudar, sendo necessário, por vezes, calar voluntariamente certos erros, não fazer reparações a qualquer pretexto, especialmente se a resistência psicológica do aluno e fraca. Se interferir muito, mesmo sem pedido, arrisca-se a sufocar o aluno, e a sua melhor linha de conduta, deve ser, dizer o que pode ajudar, usando palavras construtivas que o encorajem; restituindo-lhe a boa imagem de si mesmo que ele por vezes nunca teve.
O professor que conhece as leis e as exigências da evolução por ele próprio as ter experimentado, longe de querer apressar sempre o caminho, deve saber assistir a lenta maturação do aluno - como se a eficácia não estivesse ligada a um resultado visível e imediato!
A precipitação como o receio matam o crescimento, e é preciso ensinar a espera activa.
Os grãos que foram recebidos, conservados, cultivados com amor erguer-se-ão sãos por vezes no momento mais inesperado: - Mais do que uma consideração moralista.
A experiência pessoal é a única forma de poder tornar fecundo um conhecimento. Ela é o catalisador necessário daquilo que, de outra forma, ficaria um saber exterior.
O verdadeiro conhecimento só se adquire na decomposição e assimilação da informação a personalidade de cada um, e "'saber" passa necessariamente pela obrigação de se experimentar pessoalmente.
Além disso, é essencial que os alunos aceitem a ideia de um conhecimento que não seja só intelectual! Mas que concerne o corpo por inteiro. Muitos entre eles, habituados a uma compreensão só teórica, são reticentes a ideia de submeter ao julgamento dos seus sentidos as informações que lhe chegam, impedindo assim toda a experiência sensível!
Eles racionalizam em exagero as dificuldade que encontram, justificam os seus sucessos e os seus insucessos, discutem, contradizem-se, explicam-se ao professor e a si próprios, criando um clima contrário a uma descontracção que lhes permitiria sentir.
Esta tendência momentânea, mas por vezes tenaz quando exprime uma defesa profunda, explica a necessidade de voltar, tantas vezes quanto as necessárias, sem um elemento "esquecido", dizemos muitas vezes "ausente", já que ele não foi fecundado nem por experiência pessoal, nem por uma aproximação corporal. Alguns culpabilizam-se explicando que são lentos, distraídos, anormalmente bloqueados ou muito velhos. A situação só se altera quando tomarem consciência que o seu corpo e o seu espirito são inseparáveis e que o processo de integração da informação passa pelo reconhecimento do corpo, esquecido por hábito.
O professor deve, pois, guardar como objectivo constante fazer nascer no aluno sensações novas.
Assim como o treinador se mantém aberto as reacções do corpo do atleta, ele deve procurar
criar no momento exacto o esboço desta sensação que poderá ser encontrada pela seguinte.
É por vezes demorado, por o aluno em contacto com as suas sensações reais, e raramente uma só sugestão é suficiente - através da palavra de uma imagem ou de um exemplo - para fazer nascer a boa sensação - "E preciso prendê-la" (ata-la, agarra-la). É somente quando o movimento é verdadeiramente sentido que o aluno pode trabalhar (só) ou a dois.
Então, a informação adquirida pode tornar-se verdadeiramente fecunda, e libertar, cada vez que e absorvida de novo uma riqueza sempre renovada.
Tal detalhe, que parecia adquirido e cujo sentido estava aparentemente esgotado, toma uma evidencia (clareza) diferente à luz da evolução do aluno. Cada conhecimento revela-lhe níveis de sentido diferentes, e o que era só uma observação parcial é colocada pela 3a ou 4a vez em correspondência com as outras observações... é assim que o aluno pode começar a aprender que o AiKiDo, longe de só ser uma técnica , é a via da realização que lhe permitira aceder a uma liberdade.
Mas, uma vez mais, as exigência do pedagogo não se ficaram por ai: mesmo consciente da necessidade de trazer soluções as dificuldades do aluno, o professor deve ser ouvido. Se o aluno não compreende a natureza profunda do seu problema e a pertinência da conduta que lhe é proposta para chegar ao fim, a situação fica bloqueada sem esperança de progresso - esquece-se muitas vezes que só ha informação quando a mensagem é percebida como tal.
O conteúdo de uma emissão e anulado se o emissor e o receptor não estão afinados no mesmo comprimento de onda.
Não se deve esquecer que uma palavra não tem o mesmo significado para duas pessoas separadas, pelo caracter pessoal, da sua historia, da sua sensibilidade ou do seu temperamento.
Por isso, a indicação vaga: 'Segura bem no teu Bokken' traduzir-se-á no aluno linfático por uma pressão de todos os dedos, enquanto que o nervoso serra-os ate a crispação dos seus ombros e mesmo dos maxilares: - É, pois, necessário denominar perfeitamente a formulação do, seu pensamento e de saber onde vai: as aproximações livres, não contentes de serem sem efeitos, são deformadas de qualquer maneira e sujeitas a toda a espécie de interpretações falaciosas.
Além disso, não e raro ver o aluno ficar mais agarrado à expressão literal empregada pelo professor do que ao significado vinculado. Ora, isolada e separada do seu contexto, a palavra torna-se meia verdade e truncada, chegando por vezes ao absurdo.
Quantas vezes de: 'mas vós dissestes-me isto ...', 'a culpa é sua...', etc... proveniente de equivoco previsível! Não dispondo ainda da observação do conjunto, que lhe sugeriria as correctivas necessárias.
As palavras têm, pois, um poder tremendo, especialmente quando emanadas de uma autoridade reconhecida, é o professor deve levar em conta se não quiser ficar só com o seu saber.
A utilização da imagem é muitas vezes útil ao professores nos problemas de incompreensão.
A representação tem a vantagem de ser menos constrangedora, menos impessoal e de dar ao aluno a liberdade que precisa.
Comparações, palavras, analogias, são modos de aproximação (métodos que apelam a intuição mais que a razão e que cada um ressente diferentemente).
É, aliás, porque ela é mais individualizada e mais corporal, que a imagem exige ser adaptada a cada aluno: tal comparação "reunirá", outra não terá qualquer impacto.
Ensinar sem dar exemplos, tornar-se-ia um pouco como apreender uma língua estrangeira só por meio das suas regras de sintaxe e de gramática , sem curso de conversação - O exemplo permite tanta precisão de maneira intuitiva "O habitar do momento", no que ele contém de implícito e que a analise não pode esgotar - é, pois, necessário utilizar múltiplos meios para tornar possível uma comunicação entre o aluno e o professor - Quando ela se realiza a escolha do vector não se põe.
Talvez a comunicação só seja ato profundo quando é imediata e inatingível, para lá dos meios que a vincularam. Então, a pedagogia não é a veste exterior que recobre o interior, mas sim, a realidade de uma troca, permitindo aos verdadeiros praticantes de se libertarem, de exprimirem pela sua técnica; as emoções provenientes do seu próprio fundo e, talvez, de se tornarem, um dia, verdadeiros Mestres...
O caminho para esta autonomia é, por vezes, longo!
A paciência deve estar enraizada em nós, a tal ponto de nos investir de uma perfeita igualdade de humor que possa resistir a todas as decepções.
Arriscamos em perder a coragem e de parar de praticar. Para suportar um tal momento e ultrapassa-lo, é preciso manter o espirito leve graças a um humor igual em face dos obstáculos e a um desejo puro, não desviado, que visa poder fazer o que nós queremos sem outras preocupações, que a fidelidade do instante. A pratica do Budo não visa preparar o praticante para obter uma força (poderio) sem a por em prática, mas, de comprometer a adquirir uma força.
Sempre superior a realização do momento uma tal escola de conquista de si mesmo, resulta de um ideal, geralmente, muito afastado da nossa mentalidade ocidental.
Ela tem por mérito, contudo, inspirar profundamente a nossa atitude interior, face a grande Aventura que nos propomos "DO".
(Continuar)
Fiquei aterrado
ouvindo um grilo cantar
dentro do elmo antigo
Bashô

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